Em Portugal temos visto desde o inicio da pandemia um desvio de culpas feito por muitas entidades. A Covid-19 apanhou todos mas muitos pensam que quem tem culpas ou de resolver - leia-se financiar - os problemas é o Governo ou a DGS. Um exemplo disso são alguns clubes da nossa primeira Liga. E esta ultima, a própria Liga.
O Futebol é dinheiro, academias são matéria prima, jogadores são ativos e o objetivo é cada vez mais rentabilidade económica e não tanto desportiva. Grandes clubes portugueses estão com falta de cacau.
O Porto é um deles, intervencionado pela UEFA, é um dos clubes que já começou a disparar postas de pescada contra a DGS. A meios de agosto acusou a DGS de "cortar a liberdade" dos jogadores. Mais tarde voltou a atacar a mesma entidade pelas diferentes regras entre o futebol e a cultura, particularmente o espetáculo "Deixem o Pimba em Paz" no Campo Pequeno. Mais recentemente, na revista do clube, voltou a falar da "desilusão pela aberração que continua a ser a ausência de publico" - palavras do próprio. Na mesma revista fala ainda da "asfixia [financeira] que podiam aliviar".
A Liga é outro organismo muito critico nas questões relacionadas com a pandemia. Pedro Proença tem sido critico ao adiamento de jogos por parte da DGS e tem tentado que o mesmo não aconteça. É fácil perceber que existe um litígio entre as partes envolvidas quando umas das partes força a outra a decisões mais rígidas. Foi caso disso o que aconteceu no Feirense-Chaves jogo da 1ª jornada da II Liga. Os jogadores do Chaves receberam os resultados aos testes durante a manha do dia de jogo; 4 casos positivos foram detetados. Com esta informação o diretor regional decidiu que não estavam reunidas as condições para a realização do jogo. Mas a liga, numa posição de força e pouco responsável pediu uma nota oficial. Ora numa altura de aperto para as entidades de saúde a Liga decidiu continuar com os preparativos do jogo até que a mesma nota oficial chegasse. Ela chegou mas já depois da hora marcada para o inicio do jogo. E claro, lança depois um comunicado passando indiretamente culpas para a DGS.
Todos sabemos que os instrumentos públicos nem sempre funcionam bem; raramente funcionam. Mas numa situação destas toda a sociedade tem de estar preparada para erros e evitar que os mesmos possam acontecer! A saúde está primeiro de qualquer jogo ou atividade económica. Não é culpa do estado que não hajam adeptos nos estádios, assim como não venham turistas a Portugal afetando vários setores da economia. As entidades tem de estar preparadas para estes casos. No futebol e particularmente nestes clubes que fazem circular milhões, os clubes não pode estar a espera que outros resolvam os seus problemas. A culpa para os nossos problemas é primeiramente nossa e somos nós que temos de os resolver.
A saúde está em primeiro lugar mas é impossivel parar por mais de 4 ou 5 meses qualquer que seja o setor de atividade sem que hajam consequências graves para os trabalhadores do sector.
ResponderEliminarPode-se falar mal do desporto em geral e do futebol em particular mas não deixa de ser uma industria que movimenta milhões de euros todos os anos e que emprega muita gente. E sei que já existiram muitos despedimentos aqui, e não estou a falar dos jogadores. Os trabalhadores dos clubes têm sido muito afetados.
Lá fora, existiram equipas com um conjunto de jogadores com covid e mesmo assim os restantes, que não tinham essa condição, foram a jogo. Aqui, anda-se a adiar o inadiável.
A saúde está em primeiro lugar, mas neste caso, poderemos não vir a "morrer" da doença mas sim da "cura" encontrada.
É o sector que tem de apresentar propostas para fazer acertos entre as partes. Não vejo a liga nem os clubes a fazer isso. Apenas a barafustar. Não se pode comparar um estádio com 40/50k pessoas a um concerto. Nem a capacidade de fiscalização para a quantidade de jogos que há. Os jogos estão acontecer, as ligas não estão paradas. Jogos adiados serão uma realidade como acontece lá fora.
EliminarA apoiar, devem ser apoiados ou mais pequenos, os clubes locais até a 2ª liga e talvez alguns da primeira. O importante é que o desporto não acabe.
O afastamento dos afetados de uma equipa pode não resolver. Porque o vírus transmite-se mas não fica logo ativo/detetável nos outros. Em cada corpo o comportamento é diferente. Podes fazer um teste hoje, dar negativo, ficares isolado e no dia seguinte fazeres um novo teste e dar positivo. No jogo do Sporting nem há questão dada a quantidade de pessoas já detetadas como positivas.