O Inchado Vieira

Luís Filipe Vieira, o 33º Presidente do Benfica, leva já 16 anos de alfinete das Águias ao peito. É o presidente do Benfica com mais tempo no cargo por larga vantagem; Antes deste, o presidente do Benfica com mais tempo no cargo tinha sido Duarte Borges Coutinho, que em 8 anos conseguiu 7 campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal, curiosamente os mesmos números de títulos nas respectivas competições. 


Durante os vários anos de presidência, o nome de Vieira pode levar-nos a sentimentos distintos. Durante os primeiros anos, a sua liderança deu asas a uma reestruturação de um clube em declínio. Podemos dizer que a direcção do clube e o seu presidente tiveram uma boa actuação na recuperação do clube mais relevante em Portugal. O Benfica conseguiu recuperar das suas dívidas, cresceu em adeptos, construiu um novo estádio e o centro de estágios. Mas mais importante voltou a conquistar o campeonato português.

As conquistas começaram com Camacho na era Vieira. Mas foi talvez quando JJ chegou ao clube que o Benfiquismo enlouqueceu, com o ofensivo e vibrante futebol, com grandes confrontos europeus, vitorias e, claro, algumas tristezas ao cair do pano. Mesmo assim eu recordo estes tempos como os melhores do Benfica porque era a altura que mais gosto tinha em ver futebol. Assim Viera inchou.

Mas, esta era de JJ levantou um problema a Vieira: a forte aposta com o treinador amadorense fez com que o clube ficasse fortíssimo nas competições internas. E seja um colectivo ou individual, quando os objectivos são conseguidos, outros mais altos e complicados se erguem: competições europeias.

A venda da ideia de vencer uma competição europeia começou e com JJ, Vieira tentou esse troféu. Tentou na Champions mas depressa percebeu que mais valia tentar na Liga Europa. Assim fez: duas finais na Liga Europa perdidas. E a culpa? Não é da estrutura! Alias, para Vieira o Benfica não precisava de JJ para continuar vitorioso como estava. A estrutura garantiria isso. O seu pior erro...

A estrutura passa então a liderar uma equipa com a marioneta Rui Vitoria no comando. Nos primeiros tempos ainda havia algumas peças de um Ferrari. Mas depois a ferrugem apareceu e o Ferrari tornou se num ferrugento Fiat. Já o meu pai dizia: "Fiat na virgem e não corras!"

A cabeça inchou. A sua experiência em PSI e Bars de nada serviram. Explodiu. A vitória da estrutura assim ruiu, e os jovens não renderam o suficiente. E com ou sem alegadamentes, o Benfica do inchado Vieira precisou de outras formas para mostrar aos adeptos que a valentia do clube liderado por ele continuava: os casos em tribunal começam a aparecer uns atrás dos outros. São tantos os casos em tribunal e tanta a tanga que não acredito na legalidade dos actos desta direcção. Não acredito eu nem muitos benfiquistas que, em cada vez maior numero, pedem um novo líder para o seu clube.

Mas o inchado Viera também sabe isso. Sabe que nestes últimos 16 anos o clube está agora pior do que já esteve. E sabe também que todos os grandes objectivos, como a aposta na formação e o ganhar de uma competição europeia se tornaram numa grande tanga.

Viera, o inchado, tenta então voltar a um porto seguro. Esqueçam a estrutura. Vamos buscar o JJ e ele é que manda. Mas continuamos a vender a estrutura! As palavras de JJ formaram a bíblia da direcção. Vamos apostar forte! Porquê? Porque podemos e porque acreditamos que a maioria não vai poder fazer o mesmo. Apostamos as fichas todas, compramos como nunca, encostamos miúdos. É para ganhar! Para ganhar títulos mas mais que isso ganhar eleições! Sim, porque o inchado vieira agarrou o leme e não o quer largar.

Vieira vai continuar a fazer de tudo para continuar a ter lugar no camarote presidencial da Luz. Para o bem do futebol português espero que o mesmo não aconteça.


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