Final de Campeões

PSG e Bayern defrontam-se este Domingo no estádio da Luz, em Lisboa, pelas 20 horas no jogo decisivo que irá coroar o novo vencedor da Liga dos Campeões da UEFA. Os dois conjuntos fizeram uma fase de grupos de grande nível, acabando em primeiro classificado nos respectivos grupos. 
Na fase a eliminar, os alemães mostraram todo o seu poderio e "atropelaram" quem lhes passou pela frente. Já os franceses, apesar das dificuldades, chegam a este jogo com a ilusão de se sagrarem campeões europeus logo na primeira vez que chegam à final. 
São duas equipas recheadas de grandes jogadores e que têm abordagens distintas mas eficazes, não se tivessem ambos sagrado, também, campeões nos respectivos países. 

Tridente Luz

O PSG do treinador alemão Thomas Tuchel mostrou-se uma equipa muito consistente até à paragem dos campeonatos, mais do que noutras anos. Com uma vantagem confortável na liga francesa (que dada a diferença entre os valores das equipas, era de esperar) e uma primeira fase de Liga dos Campeões irrepreensível (5 vitórias e 1 empate), aos resultados positivos somavam-se exibições de grande qualidade.  Conseguir trazer o astro Neymar para o jogo colectivo deverá ser apontado como um dos principais méritos do técnico de 46 anos. O brasileiro assumiu outra preponderância e parece muito mais focado no jogo e nos objectivos da equipa para além de continuar a ser o jogador fantástico e que com a mentalidade certa será certamente Bola de Ouro. Mas não só. A aposta clara num 4-3-3 libertou Di Maria para uma função mais atacante, permitindo ao argentino chegar próximo de um nível apenas visto aquando da sua passagem no Real. Para completar o tridente luz, a pérola francesa Mbappe, também ele um futuro bola de Ouro, uma qualidade incrível com bola, um arranque fortíssimo que deixa qualquer defesa por terra. 


O 433 de Tuchel liberta os homens da frente, deixando-os mais soltos de tarefas defensivas. O meio-campo a três, com Marquinhos como trinco (ele que é central de raiz) e dois médios-centro de alta rotação como Ander Herrera e Paredes permite dar essa liberdade e aproveitar o jogo mais vertical, com variações rápidas de flanco. 
Os laterais, como em muitas equipas europeias de renome, dão sempre um apoio ofensivo relevante, com Marquinhos a formar uma linha de três na fase de construção. 
Na defesa, Thiago Silva fará o seu ultimo jogo pelo PSG. O experiente central brasileiro comanda há vários anos a defesa dos parisienses e apesar da idade continua a ser um central de respeito. 
Nota ainda para a esperada ausência de Keylor Navas, habitual titular da baliza do PSG, por lesão. Tem o palco Sérgio Rico. 

Jogador Chave

Neymar da Silva Santos. Uma qualidade incrível, um talento natural. Falta, infelizmente demasiadas vezes, o controlo emocional e colocar o seu jogo ao dispor da equipa. É capaz do melhor e do pior. Mas quando está focado e em dia sim, consegue levar a bola para casa. 

Armada Bávara

O Bayern de Munique chega pela décima primeira vez à final da Champions e com um registo fantástico: conta por vitórias todos os jogos disputados nesta edição. Se vencer, será a melhor campanha da história da competição. 
E por incrível que pareça, até trocaram de treinador durante a época. Nico Kovac durou apenas 16 jogos na época 2019/2020, saindo após derrota por 5-1 contra o Frankfurt.
O senhor que se seguiu foi Hans-Dieter Flick, treinador adjunto. E as coisas não podiam ter corrido melhor. O alemão de 55 anos montou a uma equipa que é um autêntica máquina de triturar adversários. Venceu campeonato (o oitavo consecutivo), venceu a Taça da Alemanha e fez, como referido, um percurso perfeito na Liga dos Campeões. 
A chave para o sucesso? Um conjunto de jogadores muito bem enquadrados na ideia de jogo pretendida. Um equipa sufocante na pressão, tanto na saída de bola do adversário como quando a perde. O mesclar da visão, qualidade e mestria de Thiago Alcântara com a velocidade, verticalidade e magia de Davies, Gnabry e Perisic. Muller a servir de apoio ao melhor 9 do mundo, Robert Lewandowski. 
São golos e golos em catadupa. 
E depois há ainda jogadores como Coutinho, Coman ou Tolisso. Luxo é uma palavra parca para descrever este banco. 


Os Bávaros sabem sempre o que têm que fazer em cada momento do jogo. Parecem pensar mais à frente do que o adversário. Por vezes passam por dificuldades, precisamente por jogarem numa pressão muito alta deixando alguns espaços nas costas. Mas mesmo essa situação, parece ser controlada. Quando a "presa" acha que pode chegar mais longe e fazer golo, é quando os alemães friamente desferem o golpe. Foi assim, por exemplo com o Lyon. Claro que, ter um guarda-redes como Neuer, exímio no controlo da profundidade e um defensor incrível, ajuda e muito.  

Jogador Chave

Thiago Alcântara. Na sala das máquinas alemã, o brasileiro com pés de veludo pauta o jogo da equipa com mestria e sapiência. Vê mais à frente que os adversários, coloca a bola onde quer. É, para mim, o jogador que coloca a engrenagem a mexer. 


O Veredicto

Atribuo o favoritismo ao Bayern, por tudo o que mencionei. Sem dúvida a equipa europeia em melhor forma após a retoma das competições. 
Se tivesse de colocar em termos percentuais, diria 60-40 a favor dos alemães. Para o franceses, trata-se da primeira final da Liga dos Campeões que irão disputar pelo que, existe obviamente bastante simbolismo e é algo que a estrutura do clube e o seu dono à muito procuravam. 

As chaves do jogo serão a forma como o PSG se irá conseguir libertar da pressão do Bayern e a capacidade do trio da frente fazer estragos na defensiva bávara. Caso não se consigam libertar dessa pressão, acho muito difícil a "orelhuda" não ir parar novamente a terras Bávaras. 

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